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Atividade física
Alimentação

     O doente com parkinson normalmente tende a perder o apetite, o que se traduz numa perda de peso, devido a múltiplos fatores, entre eles detacamos a perda progressiva da mobilidade que, consequentemente, afeta a independência e autonomia na realização de atividades diárias essenciais como ir às compras, andar de transportes públicos, conduzir, confecionar os alimentos, arrumar a casa, entre outras. As discinesias e a realização de movimentos involuntários aumentam as necessidades metabólicas destes doentes. Na doença de parkinson é essencial ter uma dieta pobre em proteínas (carne, queijo, etc) de maneira  a controlar as flutuações motoras e promover a absorção intestinal da levodopa. As proteínas interferem com a absorção intestinal e, consequente transporte, da levodopa para o cérebro. Para além da restrição do consumo proteíco, não existem dietas específicas para estes doentes, aplicam-se apenas os princípios básicos presentes numa alimentação saudável. É importante aumentar o consumo de frutas, vegetais e água com a finalidade de impedir a ocorrência de obstipação advinda da tomada de medicamentos.

É recomendável a prática regular de exercício físico para doentes com parkinson, todavia, importa definir três critérios principais: o tipo de exercício mais adequado tendo em conta as especificidades de cada paciente, a duração e a intensidade do mesmo. Primeiramente, o tipo de exercício deve ser escolhido em função da sintomatologia manifestada que não é controlada farmacologicamente e da instabilidade postural. A implementação de programas de exercício aeróbico como a marcha, o ciclismo, o ioga, a dança e a hidroginástica são fundamentais para a aquisição de uma plasticidade muscular superior assim como para o aumento contínuo e gradual da resistência do doente. Quanto à duração e intensidade do exercício, é possível quantificar estes parâmetros através da realização de testes cardiopulmonares utilizando os protocolos de Bruce ou de Naughton. “Em regra, a prática de exercício (nos limites de segurança), deve ser realizada a 60-70% da frequência cardíaca máxima durante 10 a 15 minutos.” Uma das complicações mais frequentes resultantes da prática de exercício físico na doença de parkinson são as lesões músculo-tendinosas que, por sua vez, podem suscitar sintomas motores adicionais. As lesões músculo-tendinosas ocorrem preferencialmente quando os doentes praticam atividade fisica de forma não estruturada, ou seja, em pisos irregulares, utilizando calçado e vestuário inadequado.

Para mais informações sobre alguns exercícios que pode efetuar consulte o link exercícios.

Esta abordagem terapêutica é indiscutivelmente importante do ponto de vista psicológico. O doente adquire uma sensação de controlo sobre a sua doença, torna-se mais participativo e interventivo na tomada de decisões e, gradualmente, é notória  uma redução da sua dependência sobre o médico e sobre o tratamento farmacológico. Nas fases mais avançadas da doença, a avaliação domiciliária realizada por parte do terapeuta ocupacional afigura-se como uma estratégia vantajosa e útil no que diz respeito à aprendizagem de pequenos truques, à seleção de técnicas adequadas e facilitadoras da vida quotidiana (higiene pessoal, alimentação, deslocação, vestuário) e à implementação e manutenção de normas de segurança no domicílio de modo a impedir os acidentes domésticos (quedas e fraturas).

Terapias alternativas
Terapia ocupacional

Viver com a doença de Parkinson

 

Viver com Parkinson é um desafio diário e contínuo, pelo que é necessário garantir um estilo de vida saudável e recorrer a métodos terapêuticos diversos que tenham em vista a promoção da qualidade de vida do doente. Em baixo encontrarão múltiplos conselhos e diretrizes que vos orientarão no quotidiano e que têm como finalidade tornar a sua vida, no mínimo, um pouco mais simples.  

Pilates

O pilates é um exerício leve que tem como foco alongar e fortalecer o corpo de modo a melhorar o equilíbrio, a força muscular, a flexibilidade e postura. Não existem muitas provas que demonstrem benefícios específicos em relação à doença de Parkinson, contudo, um artigo de 2009 reporta que um exercício como o pilates pode ajudar com os sintomas de mobilidade associados à doença de Parkinson.

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Reiki

O Reiki é uma  terapia  desenvolvida no Japão, cujo nome significa 'energia'.  Os praticantes de reiki acreditam que esta terapia promove  a cura e  traz harmonia e equilíbrio ao organismo humano. Uma revisão da literatura concluiu que o reiki apresenta de facto efeitos positivos no que diz respeito à amenização/minimização da dor, na doença de Parkinson, assim como namanutenção de um estado de  harmonia e estabilidade emocional do paciente.

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O apoio da Psicologia

A doença de Parkinson, dada a sua natureza crónica e progressiva, acarreta uma série de repercussões do ponto de vista psicológico que se manifestam tanto no paciente quanto no seu cuidador e na sua família. Esta doença implica uma reestruturação global do quotidiano e da dinâmica familiar. O diagnóstico da doença de Parkinson suscita inúmeras reações complexas,  predominantemente negativas, por parte do paciente e da família, entre as quais, a não aceitação, a revolta, a raiva, a angústia, a depressão, a deceção e a tristeza. A fase final ou tardia da doença é pautada pela depressão e a demência, estando estes condicionantes de natureza neuropsiquiátria intimamente ligados com a decadência progressiva e acentuada da qualidade de vida do paciente, assim como obstaculizam a prestação de cuidados ao paciente devido à sua perda de iniciativa e cooperação. Além disso, esta doença acentua o envelhecimento primário e provoca alterações do ponto de vista mental e psicológico, conduzindo à perda progressiva da autoestima, da autonomia e da deterioração das relações sociais e familiares do paciente. Todos estes fatores representam um desafio para os familiares aquando da convivência com a pessoa portadora da doença, na medida em que as relações sociais e os vínculos afetivos previamente estabelecidos são postos à prova. A doença de Parkinson é um universo que exige uma grande capacidade de adaptação e resiliência por parte dos pacientes e seus familiares, sendo por isso essencial ser paciente, compreensivo e estar disponível para ajudar a minorar todos os problemas que a doença evoca, daí que o acompanhamento e apoio psicológico sejam fulcrais para que a família e o paciente aprendam a aceitar a doença e a lidar com a progressão da mesma, assim como com as perdas constantes que esta implica. O psicólogo desempenha um papel de mediador entre o paciente e a sua doença crónica, neurodegenerativa e progressiva.

Musicoterapia

A musicoterapia pode ser entendida como uma modalidade terapêutica que compreende um conjunto de técnicas de comunicação verbal e não-verbal, interdisciplinar, capaz de envolver várias disciplinas numa dinâmica interativa em torno das áreas da música e da terapia e que utiliza a música e os seus elementos (melodia, som, ritmo, harmonia), com recurso a um musicoterapeuta qualificado, com finalidades eminentemente terapêuticas, visando a prevenção, o tratamento ou a reabilitação de uma pessoa com doença de Parkinson ou um grupo de pessoas, de forma a lhes proporcionar uma melhor qualidade de vida. Falando da musicoterapia no contexto da doença de Parkinson, podemos referir que esta terapia harmoniza o organismo do doente, tendo como objetivos melhorar as vivências deste na relação com a sua doença e com os outros e, especialmente, atenuar a sintomatologia da doença (os tremores fortes e os problemas na linguagem, por exemplo). É importante referir que a musicoterapia tem tido bons resultados em vários domínios, entre eles o físico, o biológico, o psicológico e o social. Enquanto estudo científico, constitui uma terapia auto-expressiva, com um amplo papel nas funções cognitivas, uma vez que estimula, através do canal sonoro-musical, as instâncias psíquicas, às quais a palavra seria insuficiente para alcançar esse objetivo. 

 

Enquanto terapêutica, a musicoterapia apresenta algumas vantagens:

  •  Ser indolor, ao invés dos procedimentos cirúrgicos, por exemplo;

  • Não implicar quaisquer efeitos secundários, como é o caso do tratamento farmacológico e cirúrgico;

  • Ser conciliável com os medicamentos específicos da doença, numa dinâmica de coadjuvação, potenciando ainda mais os seus benefícios

 

Se falarmos dos efeitos positivos da musicoterapia na doença de Parkinson, podemos mencionar os seguintes:

  • Melhoria da orientação, em termos de tempo e de espaço;

  •  Relaxamento do doente, caso este se encontre ansioso e inseguro;

  • Auxília nos problemas de comunicação permitindo  uma melhor expressão; potencializa funções físicas e mentais comprometidas;

  • Atua  no sentido de uma maior autonomia pessoal e despoleta a criatividade musical, que se reflete na gratificação e sociabilidade resultantes desta experiência criativa.

 

Segundo Oliver Sacks (2008), “o parkinsónico necessita de música, porque só a música, rigorosa e ampla, sinuosa e viva, é capaz de suscitar respostas que o sejam também.E necessidade não só da estrutura métrica do ritmo e do livre movimento da melodia – dos seus contornos e trajetórias, dos seus altos e baixos, das suas tensões e relaxação –, mas também da ‘vontade’ e da intencionalidade da música, para poder recuperar a liberdade e a sua própria melodia cinética"(p. 262).

Equoterapia

A equoterapia é um método terapêutico e educacional baseado em atividades equestres e técnicas de equitação, fazendo uso dos movimentos do cavalo com a finalidade de recuperar e reeducar  indivíduos que apresentam limitações físicas e/ou mentais tendo como foco o desenvolvimento humano na íntegra. Nesta terapia, o cavalo é utilizado como instrumento terapêutico e, como tal, é possuidor de características que propiciam propiciam o estabelecimento de um vínculo com o individuo que se sujeita a esta terapia, sendo um animal forte, com bom porte e dócil, o que se reflete no desenvolvimento da socialização, autoestima e autoconfiança do doente. Para além disso, o exercício de montar o cavalo e andar nele oferece ao indivíduo movimento rítmico, preciso e tridimensional, o qual pode ser equiparado à ação da pélvis  humana ao andar. Para além disso, permite a todo o instante uma propriocepção profunda, estimulação ao nível olfativo, visual e auditivo e é passível de aumentar a capacidade de autonomia e independência do doente.

Os principais objetivos da equoterapia são:

           

  •  Melhoria do equilíbrio e da postura;

  • Coordenação de movimentos e dissociação pélvico-escapular;

  • Estimulação da sensibilidade, organização e consistência corporal;

  • Modulação tónica e estimulação de força muscular;

  • Transferência de peso;

  • Sensações rítmicas;

  • Coordenação motora fina;

  • Integração social;

  • Concentração e sequência de ações.  

 

A  equoterapia pode ter benefícios em inúmeros comprometimentos, particularmente no domínio das patologias neuromusculares, onde se insere a doença de Parkinson. A recuperação da independência funcional no contexto de um problema neurológico exige a reaquisição de muitas competências, daí constituir-se como um processo complexo. Parte desse processo de independência funcional, no caso da doença de Parkinson, passa pelo controlo da posição do corpo no espaço e a equoterapia apresenta benefícios nesse sentido, uma vez que permite o controlo da cabeça e tronco, reações de retificação, equilíbrio, proteção e rotações, importantes na recuperação do controlo postural. 

Terapia da Fala

Um dos sintomas da doença de Parkinson é justamente a perda gradual da fala e da voz, muitas das vezes sem que o próprio doente se aperceba. O período em que o doente começa a ter consciência destes mesmos sintomas dá-se quando os familiares já começam a pedir com muita frequência que os pacientes repitam aquilo que dizem. A fala tende a tornar-se imprecisa e a voz baixa, rouca e monótona, o que diminui progressivamente a clareza do discurso. Para além da dificuldade na produção verbal, existe um défice sensorial que se vai verificando e faz com que o doente percepcione o seu volume de fala de uma forma errática, por exemplo, o paciente pode  falar muito alto para além do necessário crendo que está a falar normalmente. As investigação recentes sugerem que os programas de reabilitação direcionados ao paciente com doença de Parkinson devem ser intensivos e de curta duração. Nos EUA foi criado um programa intensivo de terapia da fala, o Lee Silverman Voice Treatment®LOUD que visa aumentar o volume da voz dos pacientes. 

 

 

 

 

Dicas para ajudar o doente

 

 

 

 

O ruído da televisão ou do exaustor competem com a nossa voz, se os eliminarmos, seremos percebidos mais facilmente.

 

 

 

 

Ao estar frente-a-frente com o interlocutor estamos a dar oportunidade ao recurso à leitura labial como apoio à comunicação.

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É importante dizer aos outros como nos sentimos, visto que a expressão facial pode por vezes não ser suficiente para refletir o nosso estado de espírito.

 

              

           

 

Procurar fazer um esforço como se fôssemos falar mais alto do que aquilo que achamos necessário, compensando desta forma as consequências do défice percetivo e do baixo volume de voz.

 

 

 

As situações em que é difícil transmitir uma mensagem podem ser frustrantes, mas lembre-se que a frustração pode bloqueá-lo e tornar a comunicação ainda mais difícil.

 

 

 

Para os cuidadores frequentes, que lidam diariamente com o doente, existem alguns comportamentos que poderão facilitar a comunicação:

 

  • Aconselha-se a redução do barulho e das distrações uma vez que estes cansam desnecessariamente o doente;

  • Deve-se dar tempo ao doente para que ele consiga formular e dizer aquilo que pretende;

  • Nos estados avançados da doença devemos limitarmo-nos a responder “sim” e “não”, e se a pessoa não conseguir responder devemos estabelecer um gesto para estas palavras;

  • Manter uma atitude tranquila na comunicação e dar tempo ao doente para se expressar;

  • Ponderar outras formas de comunicação(verbal e não-verbal);

  • Manter um apito ou campainha sempre perto do doente, de modo a que este utilize este recurso caso não tenha projeção vocal;

1. Reduza o ruído ambiente

2. Comunique face a face

3. Seja recetivo a outras formas de comunicação

4. Fale dos seus sentimentos

5. Exagere o volume da voz

6. Seja paciente

Por exemplo, aponte para o objeto ao qual se esteja a referir  ou recorra à linguagem gestual/não verbal.

Fisioterapia

O objetivo do tratamento fisioterapeutico na doença de Parkinson consiste na diminuição das dificuldades motoras, facilitando a independência e autonomia do paciente face à realização das suas atividades quotidianas, contribuindo, deste modo,  para a melhoria da sua qualidade de vida. Como consequência da doença de Parkinson, as funções estruturais são afetadas e debilitadas, o que provoca limitações e transformações no quotidiano do paciente ( dificuldades em se alimentar, vestir, lavar, virar no leito, ajustar os cobertores, pentear, caminhar, utilizar transportes públicos, entre outras). Segundo os especialistas, a fisioterapia deverá ter início aquando do estabelecimento do diagnóstico, como forma de prevenir a atrofia muscular, a fraqueza e a capacidade de movimentação limitada. O grande contributo da fisioterapia tem sido em prol do ensino e da minimização dos efeitos debilitantes ocorridos no plano motor a par das deficiências sensoriais, visando, acima de tudo, proporcionar aos pacientes  uma vida melhor, bem como promover a sua inclusão social.  

NOTA: Se quiser aceder a alguns vídeos sobre fisioterapia no contexto da doença de Parkinson, consulte o vídeo 1 e o vídeo 2  .

 

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Auxiliares de Marcha

A utilização de auxiliares de marcha proporciona ao doente uma melhoria ao nível da mobilidade que traduz em níveis mais elevados de confiança e segurança. Estudos realizados recentemente demonstraram que 30 a 50% das pessoas com a doença de Parkinson deixaram de utilizar o seu auxiliar de marcha, referindo questões importantes como a sua eficácia, pertinência da prescrição, uso ou treino adequado ou ainda a utilização sem prescrição. Se o auxiliar de marcha não estiver adequado às especificidades do paciente este pode muito bem piorar a marcha e até aumentar o risco de queda.

Deste modo, é essencial que o fisioterapeuta avalie de forma contínua as capacidades físicas e cognitivas, do paciente, necessárias à manipulação dos diferentes tipos de equipamento. O fisioterapeuta perscreve equipamentos adequados ao paciente em função das suas capacidades físicas e cognitivas, sendo que, normalmente, o paciente ou os seus familiares requisitam estes equipamentos como forma de o encorajar a ganhar confiança e segurança em si próprio aquando do ato de caminhar.

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NOTA: Disponibilizamos este pdf que está repleto de medidas e estratégias que visam compensar algumas das limitações do quotidiano dos pacientes com Parkinson

 

 

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Bengalas e

bastões de marcha

Pirâmides

de 3 ou 4 pés

Bengala

com laser

Andarilhos

Cadeiras de rodas elétrica

e scooter

 

Estes instrumentos são prescritos para doentes com um nível moderado de incapacidade. Em caso da postura do paciente estar muito inclinada para a frente é importante utilizar bengalas compridas.

As pirâmides de 3 ou 4 pés garantem um maior suporte, todavia, por terem uma base mais larga, os doentes podem tropeçar no equipamento. Este equipamento deve ser leve, resistente e ajustado à altura do doente.

 

Esta bengala inclui uma pista visual que pode ajudar a ultrapassar a hesitação no início da marcha e freezing, mas ainda não foi demonstrado que esta bengala seja verdadeiramente eficaz.

 

Os andarilhos são prescritos quando a bengala já não providencia o suporte adequado. A existência de quatro pés sem rodas pode acarretar alguns riscos para o doente nomeadamente, o aumento do risco de queda para trás, pois estes continuarão a estar agarrados ao andarilho, a inutilidade do mesmo no caso de festinação e na propulsão e, finalmente, pode aumentar o freezing. Os andarilhos com rodas na frente e dois pés são ligeiramente mais úteis em relação aos dois pontos acima mencionados, todavia, parecem não ter um efeito positivo no freezing. 

 

 

 

 

Andarilhos de 4 rodas

Estes andarilhos estão munidos de um sistema mais moderno que roda roda, vira suavemente e requer pouco esforço do utilizador. O paciente dobra-se com facilidade quando tenta controlar o veículo. O andarilho de 4 rodas é seguro apenas quando possui travões, sendo facilmente utilizável pela maioria dos pacientes com Parkinson. 

 

 

 

 

 

 

 

 

Andarilho de 4 rodas em forma de U com laser

 

Este andarilho é particularmente adequado para doentes com hesitação da marcha ou freezing.

As cadeiras de roda elétricas e os scooters são perscritos para  doentes que não se conseguem deslocar por longos trajetos devido a vários fatores, entre os quais podemos fazer menção ao freezing, à diminuição de tolerância ao esforço ou à perda de equilíbrio. Estes equipamentos motorizados podem dar aos doentes maior autonomia, principalmente no exterior, sendo também possível fazer ajustes no limite de velocidade. 

Algumas dicas adicionais

Nesta secção responderemos a algumas dúvidas com as quais os doentes com Parkinson se deparam  diariamente e disponibilizaremos algumas dicas e conselhos que os ajudarão a lidar com algumas situações no quotidiano.

Como evitar arrastar os pés

 

Deverá treinar primeiro como colocar o calcanhar, isto é, a parte do pé que deve tocar em primeiro lugar no chão. Esta é a única forma de evitar arrastar os pés. Se não conseguir colocar facilmente os calcanhares tente primeiro, como alternativa, dobrar exageradamente os joelhos quando anda.

 

 

Porque é que os pés ficam colados ao chão?

 

 

Esta é uma situação comum quando se faz uma mudança de direção, se entra ou sai de portas, se dá o primeiro passo, se passa por espaços estreitos e, ainda, no final de uma atividade.Isto acontece porque quando pára a marcha fica certamente com os pés paralelos um ao outro. Se parar sempre com um pé à frente do outro, o “cérebro” vai saber exactamente qual avançar.Terá que treinar isto repetidamente para poder aplicarmesmo quando está sobre stress.

 

 

Como "descolar" os pés quando pára

 

Dar um passo para trás com o pé do lado menos afectado e depois um para frente ultrapassando o outro, costuma ser uma das melhores estratégias.

 

 

Porque é que tem de parar quando alguém fala consigo?

 

A capacidade de realizar duas tarefas ao mesmo tempo está alterada na doença de Parkinson e interfere com o equilíbrio e/ou capacidade de responder. Deve treinar este tipo de actividade em contexto clínico ou então pedir aos seus amigos, familiares e cuidadores que não o distraiam quando anda.

 

 

Como pode evitar algumas quedas

 

Alguns estudos apontam para benefício do exercício de equilíbrio e fortalecimento das pernas como forma de reduzir as quedas. O treino de marcha em passadeiras, assegurando a segurança, também tem demonstrado benefícios.

 

 

Como se deve levantar da cama 

 

Existem estratégias teóricas que dizem que se deve virar para o lado, levar os joelhos ao peito, tirar os pés da cama e subir. Contudo, nem sempre esta estratégia é possível. Assim, usar um suporte (cama de ferro, triângulo, barra lateral na cama apenas na parte superior), ajuda de uma forma mais eficaz e com menos cansaço.

 

 

 

Como se pode virar na cama

 

Há movimentos que precisam ser treinados para facilitar os movimentos na cama. Os lençóis e pijamas de cetim facilitam a tarefa mas, na prática, o deslizar, em muitos casos, dificulta as manobras, porque não consegue criar pontos fixos. Recorrer apenas ao uso de calças de cetim pode facilitar. Por outro lado, os cobertores térmicos debaixo dos lençóis mantêm o corpo quente e permitem reduzir a quantidade (e peso) de cobertores durante o Inverno. Recomenda-se ainda a colocação de uma esponja/toalhas enroladas no fundo da cama, de forma a facilitar o movimento dos pés.

 

 

Como se deve deitar na cama

 

Habitualmente, o doente deita-se na cama em diagonal, dificultando o ajuste do corpo. - A melhor forma de o fazer é colocar a mão na almofada e sentar. Em seguida, deitar a cabeça na almofada e subir os pés em simultâneo para cima da cama.

 

 

Como deve levantar-se do sofá

 

 O primeiro desafio é chegar o corpo para frente. É necessário que ambos os pés estejam bem encostados ao sofá e os joelhos afastados, o mais possível. Conseguindo esta posição, a inclinação do tronco é o passo crítico que se segue. Se tentar alcançar um objecto à sua frente, ou mesmo tocar no chão, é o suficiente para retirar a bacia do sofá. Depois, faltará apenas subir e colocar-se direito. Resumindo, chegar à frente, pés para trás, inclinar para frente e subir.

 

 

Como se deve sentar à mesa

 

A estratégia mais eficaz é, simplesmente, sentar e puxar a mesa, quando possível. Uma outra estratégia é aproximar a cadeira o mais próximo possível da mesa e entrar de lado, como se fosse sentar e entrar num carro.

 

 

Como deve entrar na banheira

 

Na incapacidade de adaptar a banheira com suportes, recomenda-se a ajuda de terceiros para diminuir os riscos de escorregar e cair, quer na entrada quer na saída. Colocar uma toalha sobre a extremidade da banheira permite utilizá-la como pega e evitar que as mãos escorreguem. É igualmente essencial ter um bom tapete antiderrapante que cubra toda a extensão da banheira. Uma cadeira adaptada poderá garantir uma melhor segurança e menor cansaço. Lembre-se sempre que as torneiras não foram feitas para suportar pessoas. Os chuveiros serão mais recomendados. Colocar uma cadeira forte e fixa ao lado da banheira, pode ser um bom suporte para a saída.

 

Como segurar num garfo?

 

Os movimentos simples da mão requerem uma boa análise de movimento. Muitas vezes, o doente não utiliza o padrão correcto do movimento: mantêm os cotovelos muito próximos do tronco o que interfere com a maneira como vão usar o garfo. Colheres e garfos adaptados existem, contudo alguns garfos inclinados dificultam ainda mais a sua utilização. Apesar de, teoricamente, o movimento estar facilitado, todo o processo requer uma nova aprendizagem.

 

 

Como escrever?

 

Para situações de lentidão e diminuição do tamanho da letra, pequenas estratégias podem ajudar. As canetas adaptadas, a utilização de linhas como pistas visuais para treino, levantar mais a mão quando escreve e escrever em letras maiúsculas podem ser boas estratégias

 

Porque dói a coluna?

 

Dores na coluna, na posição de pé, são potencializadas pelas alterações da postura, como é o caso da inclinação do tronco para frente ou para um dos lados. O cansaço, medicação desajustada, alterações osteoarticulares e descondicionamento muscular podem ser factores causadores de dor, os quais são possíveis de gerir com tratamentos farmacológicos e não farmacológicos.

 

 

Que exercícios pode fazer em casa?

 

Os princípios que devem estar na base de qualquer exercício devem ser: complexidade, utilidade/ relevância e a intensidade com que são realizados. Exercícios como sentar e levantar doze vezes seguidas são relevantes para o fortalecimento das pernas, ao mesmo tempo que permitem treinar uma actividade necessária no dia-a-dia. A este exercício podem ser acrescentados graus de dificuldade mais complexos, de acordo com a tolerância ao esforço do doente, como por exemplo, sentar e levantar, erguer braço direito, sentar e levantar, elevar braço esquerdo, sentar e levantar, erguer braço direito com mão aberta, repetir a sequência com os olhos fechados, começar do fim para o início, etc.

 

 

      Referências Bibliográficas:

 

  • Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson (2013). Descoberta: Disfunção Mitocondrial Explica Doença. Parkinson, 31, 4 – 27

 

  •   Aragon, A., Ramaswamy, B., & Ferguson, J. C. (2007). The professional's guide to Parkinson's disease: Parkinson's Disease Society.

 

  • Calne, S. M. (2003). The psychosocial impact of late-stage Parkinson's disease. Journal of Neuroscience Nursing, 35(6), 306-313. 

 

  • Ferraz, H. B., & Borges, V. (2002). doença de Parkinson. Revista brasileira de medicina, 59(4), 207-19.

 

  • Sacks, O. (2008). Musicofilia: Histórias sobre a música e o cérebro. Relógio D’Água Editores, Lisboa. 

 

  • Neto, P. L. (2006). A musicoterapia como tratamento coadjuvante à Doença de Parkinson. (Tese de mestrado). Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

 

  • Santana, S. A. B., & Mejia, D. P. M. (2012). Benefícios da equoterapia no parkinson: revisão bibliográfica.

 

  •  Simpson, J., McMillan, H., & Reeve, D. (2013). Reformulating psychological difficulties in people with Parkinson’s disease: the potential of a social relational approach to disablism. Parkinson's disease, 2013. 

 

 

  • Vara, A. C., Medeiros, R., & Striebel, V. L. W. (2011). O Tratamento Fisioterapêutico na Doença de Parkinson. Revista Neurociências, Porto Alegre-RS, 20(2), 266-272. 

 

 

 

 

Discentes: Diogo Mendonça, Dinis Martins, Helena Andrade, Joana Câmara, Marta Fernandes e Sofia Santos.

 

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