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Biotecnologia

As células estaminais são células que apresentam três propriedades especiais, desde logo o seu elevado potencial de diferenciação celular, a sua capacidade de multiplicação e autorenovação. Existem dois tipos fundamentais de células estaminais: as embrionárias e as adultas. As células estaminais embrionárias provém da camada celular interna do blastocisto e são pluripotentes, ou seja, apresentam um potencial de diferenciação quase ilimitado, o que lhes permite  dar origem a todas as células, tecidos e orgãos do organismo humano.

Por sua vez, as células estaminais adultas são células indiferenciadas provenientes de vários tecidos do organismo. Estas células são encontradas na pele, no cérebro, nos músculos, no fígado, na retina, entre outras regiões. Apesar das células estaminais adultas estarem munidas da capacidade de se auto-renovarem, apresentam várias limitações no que diz respeito à sua aplicabilidade terapêutica, pois só conseguem dar origem a um número reduzido de células especializadas. Estas células são frequentemente utilizadas no tratamento de leucemia. As investigações no âmbito das células estaminais, aplicadas à doença de parkinson, têm como principal finalidade induzir estas células estaminais a se diferenciarem em neurónios produtores de dopamina que, em seguida, serão transplantados e consequentemente melhorarão o funcionamento orgânico do doente.

Terapia génica

terapia génica apresenta um grande potencial para o tratamento de doenças neurodegenerativas. Com recurso a esta terapia são concebidos vírus, através da engenharia genética, com a finalidade de originar genes capazes de induzir o aumento dos níveis de dopamina no cérebro, de modo a prevenir a apotose celular ou até promover a regeneração neuronal. Apesar desta abordagem ser muito promissora, os investigadores necessitam de desenvolver meios eficientes e seguros para o transporte de genes até ás células cerebrais favorecendo a sua utilização terapêutica em seres humanos. Muitos investigadores estão a trabalhar no desenvolvimento de melhores vetores virais que consigam transportar os genes até às respetivas células-alvo com o intuito de encontrar maneiras de melhorar a transferência destes vetores até o cérebro.

Recentemente, os investigadores descobriram que células estaminais embrionárias de rato geneticamente modificadas produzem uma proteína designada Nurr 1 capaz de provocar  um aumento do número de neurónios dopaminérgicos produzidos em cultura celular. A proteína Nurr 1 melhora a habilidade dos neurónios sintetizarem e libertarem dopamina. Outros estudos têm demonstrado que as células estaminais embrionárias podem diferenciar-se em neurónios produtores de dopamina se forem diretamente transplantadas para o cérebro. Estas células reduzem as disfunções de ordem motora e desempenham um importante papel na normalização da produção de dopamina em modelos animais desenvolvidos para a doença de parkinson. Uma reduzida concentração de células estaminais embrionárias potencia a produção de neurónios dopaminérgicos reduzindo significativamente a probabilidade destas células se multiplicarem descontroladamente e originarem tumores. Vários investigadores estão atualmente a estudar os sinais enviados pelas células estaminais aquando da sua proliferação e diferenciação celular.

Medicina Regenerativa

A medicina regenerativa é um domínio emergente que tem como finalidade a descoberta de  formas de regenerar, reparar e substituir células danificadas de modo a que o funcionamento orgânico seja restabelecido. A este processo designamos neurogénese. A substituição das células por meio da transplantação é uma abordagem importante na reparação dos danos causados no cérebro pela doença de Parkinson. Os sintomas motores da doença de parkinson são causados pela perda contínua de dopamina. Os cientistas pretendem induzir as células estaminais a se diferenciarem em neurónios produtores de dopamina que, em seguida, serão transplantados e consequentemente melhorarão o funcionamento orgânico. Os investigadores estão a tentar determinar que tipo de sinais é que as célula estaminais usam para se diferenciar em células produtoras de dopamina. Estes sinais têm vindo a ser descodificados com o intuito de conseguir transplantar, integrar e ativar o funcionamento destas células no cérebro.

Atualmente, inúmeros investigadores estão a trabalhar no sentido de desenvolver terapias celulares de transplantação eficientes.

Células Estaminais

      Referências Bibliográficas:

 

 

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  • National Institute of Neurological Disorders and Stroke. (2004). Parkinson’s Disease: Challenges, Progress, and Promise. Nova Iorque, Estados Unidos.

 

  • Soldner, F., Hockemeyer, D., Beard, C., Gao, Q., Bell, G. W., Cook, E. G., ... & Jaenisch, R. (2009). Parkinson's disease patient-derived induced pluripotent stem cells free of viral reprogramming factors. Cell, 136(5), 964-977.

 

 

 

 

 

Discentes: Diogo Mendonça, Dinis Martins, Helena Andrade, Joana Câmara, Marta Fernandes e Sofia Santos.

 

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