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Diagnóstico

Diagnosticar a doença de Parkinson não é tarefa fácil.  Normalmente, o diagnóstico clínico desta doença peca pela falta de precisão e inexistência de critérios rigorosos e fidedignos que possam ser aplicados consistentemente.  O diagnóstico da doença de Parkinson é realizado por via da identificação de apenas alguns dos sinais motores cardinais (tremor, bradicinésia, rigidez) a ela associadossendo por isso a sua taxa de erro cerca de 25%. A maior dificuldade reside no facto dos principais sintomas da doença serem comuns e similares aos sintomas de outras doenças, como por exemplo a paralisia supranuclear progressiva e a demência provocada por corpos Lewy. Deste modo, é aconselhável uma reavaliação cuidadosa dos sinais manifestados pelo paciente de modo a excluir a possibilidade de se tratar de outras doenças com sintomatologia semelhante.

Os critérios para o diagnóstico são essencialmente clínicos:

 

1. Constatação de que se trata de uma síndrome parkinsónica: presença de bradicinésia mais 1 de 3 sintomas (rigidez,  tremor, instabilidade postural);

 

2. Diagnóstico diferencialexclusão de outros diagnósticos;

 

3.  Resposta farmacológica  ao L-DOPA e ao tratamento dopaminérgico: este também se torna um critério de diagnóstico se a melhoria dos sintomas for superior a 50%;

4. Suporte ao diagnóstico: presença de 3 ou mais sintomas entre os quais o tremor de repouso, o agravamento progressivo e as discinésias ocorrentes durante a administração de L-Dopa;

5. Anamnese:  informação dada pelo acompanhante ou cuidador a respeito do estado do paciente.

 

NOTA: A precisão e certeza do diagnóstico só será verificada após a realização de um exame neuropatológico do encéfalo após o seu falecimento (estado “post-mortem”). 

Evolução da doença de Parkinson

Escalas de avaliação da doença de Parkinson

Escala de Hoehn e Yahn

A escala de Hoehn e Yahr (HY) foi desenvolvida em 1967 e trata-se de uma escala prática e de fácil utilização que visa a identificação do estado do paciente assim como a avaliação de sinais clínicos e independência funcional.  A sua aplicação ao longo do tempo permite avaliar a progressão da doença. Esta escala compreende 5 estádios de classificação para avaliar a doença de parkinson e propõe-se a avaliar essencialmente: a instabilidade postural, a rigidez, o tremor, a bradicinesia, permitindo, portanto, a classificação do indivíduo em função do seu grau de incapacidade. 

De acordo com a escala de Hoehn e Yahr a progressão da doença de Parkinson é avaliada mediante 5 estádios:

 

Estádio I: a doença atinge o corpo unilateralmente; os membros superiores encontram-se semifletidos e o doente tende a inclinar-se para o lado não afetado.

Estádio II: a doença atinge o corpo bilateralmente e provoca uma diminuição do balanceio dos membros aquando da marcha, assim como uma alteração precoce da postura habitual.

Estádio III: o doente apresenta alterações ao nível da marcha associadas a instabilidade postural e uma tendência para o desiquilíbrio e as quedas

Estádio IV: o doente manifesta grandes incapacidades, todavia ainda é capaz de andar e ficar de pé sem ajuda.

Estádio V: o doente encontra-se confinado à cadeira de rodas/cama e está completamente dependente de outrem.

 

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Escala unificada de avaliação

A escala unificada de avaliação da doença de Parkinson (UPDRS) foi criada em 1987 e é amplamente utilizada para monitorizar a progressão da doença e avaliar sinais, sintomas e determinadas atividades dos indivíduos mediante autorelato e observação clínica.  Esta escala é confiável e válida, o que a qualifica como um método adequado para a avaliação desta doença.

      Referências Bibliográficas:

 

  • Aragon, A., Ramaswamy, B., & Ferguson, J. C. (2007). The professional's guide to Parkinson's disease: Parkinson's Disease Society.

 

  • Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson. (2009). Manual do cuidador para doentes com doença de Parkinson. Lisboa, Portugal.

 

  • Rosso, A. L. Z., Pinto, R. A. S. R., Machado A. A. C., & Lima, C. F. L. S. (2010). In Dias-Tosta, E., Rieder, C. R. M. & Borges, V. Recomendações para o tratamento da fase inicial da doença de parkinson. Doença de Parkinson: Recomendações. (pp. 21-37). São Paulo.

 

 

 

 

Discentes: Diogo Mendonça, Dinis Martins, Helena Andrade, Joana Câmara, Marta Fernandes e Sofia Santos.

 

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